02 de junho, 18h: Oficina – Ecossocialismo ou Extinção - Setorial Ecossocialista do PSOL.
Participantes: Mari Luppi (Setorial SP); Renato Roseno (Deputado Estadual do PSOL – Ceará); Tárzia Medeiros (Ecofeminista – Direção Nacional do PSOL); Marciel Viana (geógrafo, militante ecossocialista); Djalma Nery (professor, permacultor) e Luciene Lacerda (psicóloga, pesquisadora da UFRJ)
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Quais os problemas socioambientais que a organização/coletivo/entidade/grupo enfrenta?
O debate se pautou sobre a necessidade de se fazer a disputa acerca do modelo de desenvolvimento, considerando que o ecossocialismo é uma nova perspectiva de entendimento da própria ideia de desenvolvimento que é associada a lógica de aumento da produção e do PIB.
Nesse sentido, destacou-se os caminhos criados pelas práticas da agroecologia, entendida como uma nova base filosófica, capaz de reconectar os humanos e a natureza. Além disso, foram levantados aspectos relativos aos processos históricos que consolidaram a disputa dos territórios, impuseram o racismo ambiental e um modelo econômico insustentável. -
Quais as experiências positivas que a organização/coletivo/entidade/grupo possuem em sua luta perante a problemática socioambiental?
As práticas agroecológicas, em especial com destaque para o papel das mulheres. Tárzia Medeiros destacou as informações existentes a partir de uma pesquisa realizada pela UFRP (Universidade Federal Rural de Pernambuco) onde foi utilizada uma metodologia baseada na ‘caderneta agroecológica’ para mapear as condições de produção agroecológica.
Foram compartilhadas experiências sobre a Permacultura, que não compete com a agroecologia, mas amplia a perspectiva das relações de permanência que foi criada em oposição à Revolução Verde.
As práticas de denúncia de racismo ambiental esteve presente nas falas como prática de negação da cidadania, onde os impactos sobre a população negra têm destaque.
Na perspectiva das políticas públicas, Roseno destacou as iniciativas que o mandato propôs em torno da limitação do uso de pulverização dos ‘ofensivos agrícolas’, além da alteração da matriz energética e do combate ao processo de hidronegócio. -
De que maneira a organização/coletivo/entidade/grupo pode intensificar a lógica de resistência junto com o FPN?
Ampliar de debate político e ideológico, com cursos de formação, textos, filmes de crítica ao modelo produtivista presente no capitalismo. Além de ampliar a articulação entre os movimentos e criar formas de pressionar o Estado em torno dos temas que impactam o meio ambiente.
Incrementar a campanha do Fora Salles
- Nota extra:
Fundamentando-se no Manifesto Ecossocialista Internacional de 2001 e no Manifesto Ecossocialista do PSOL de 2011 lançado quando da criação do Setorial, denominado Paulo Piramba, o ecossocialismo propõe uma nova interpretação das nossas reais necessidades de consumo e de produção, do que é essencial à nossa existência com conforto e segurança, mas sem excessos que, ao fim e ao cabo, são os responsáveis pelo ataque desproporcional à natureza nas últimas décadas.
Rechaça projetos de produção de energia ou de extração de qualquer espécie que degrade a natureza e que imponha à população constrangimento, sofrimento, perda e êxodo. Reclama políticas de apoio na produção de alimentos pela agroecologia familiar e investimento em projetos fabris populares, entre muitas outra ações que tenham a vida como preocupação e objeto de desenvolvimento.