FPN e a Voz dos Núcleos e Pontos Focais

Em reunião virtual, convocada pelo Fórum Popular da Natureza (FPN), com a célula Viveiros neste 11 de março, reuniram-se companheiras e companheiros de variados territórios num encontro de força-tarefa e contribuições à diversas frentes de luta, eloquentemente colocado pelo companheiro Rubem Siqueira (CPT-BA) "Nesse momento do processo de conjunturas do FPN as linhas de frente da luta anticapitalista popular é um desafio muito maior que as nossas forças.

A luta pela preservação da terra, da água, da biodiversidade, contra a mercantilização da natureza, a crise climática e ecológica, a crise politico-sócio-ambiental-mundial e a crise eco sanitária pandêmica do Covid19, todas, são reflexos de uma crise muito maior que nos aproxima da hecatombe final."

Em análise às perspectivas de mobilização na cidade, no campo e na floresta, chegamos a um ponto sem retorno, quais as estratégias para administrar formas de bem viver de harmonia com a natureza e humanitário?

O FPN iniciou suas atividades aproximadamente em novembro de 2019, proveniente do pensamento de unir e desenvolver novas formas de enfrentamento da crise que vivemos, contemporizar as diferenças e dificuldades de cada contexto territorial rural ou urbano, acolhendo fronteiras, povos e comunidades. A partir de grupo formado apenas por moradores de São Paulo, porém num momento de pandemia surgiu um trabalho para trazer pessoas de diversos outros espaços para junto do FPN, compondo núcleos, aglutinando outros territórios, e assim deu início a nucleação, hoje sob a denominação de “Viveiro”. Lançamos sementes Brasil afora e cada semente formou um núcleo, algumas delas semearam com mais rapidez outras ainda estão processando.

Enquanto isso, os grãos semeados, contemplam sua participação no FPN e representantes de, São Paulo-SP, São José do Rio Preto-SP, Hortolândia-SP, Araras-SP, Ibitinga-SP, Marília-SP, Bauru-SP, Mogi das Cruzes- SP, Campinas-SP, Piracicaba-SP, Santos-SP, Aracaju-SE, Belo Horizonte-MG, Manaus-AM, Senhor do Bonfim-BA, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA, Natal-RN, Marabá-PA, Xalapa-Veracruz-México estiveram presentes no encontro.

E neste encontro brotou um novo integrante com a criação Núcleo Alto Tietê para fortalecer os povos da região e trazer um tanto concreto de ação conjunta no território Alto Tiete, aproximando os saberes acadêmicos da USP Leste e UNIFESP aos ativistas ambientais da região.

Os desafios desta construção durante a pandemia são gigantescos mas as lutas podem e precisam continuar, o movimento ambientalista de caráter popular é transformador e o que nos move até agora.

Vamos mover uma provocação e mobilização frente ao poder público através de uma iniciativa do FPN pressionando o poder institucional em nossas reivindicações…

Vamos promover educação ambiental, a educação pode mudar os pensamentos das pessoas que estão a deriva, alheias a causa…

Vamos fomentar a recamperização, articulando o campo e a cidade e também unificando as lutas da floresta, do campo e da cidade…

São ações, incentivos, provocações a exemplo também da companheira Adélia do núcleo de Araras, SP, mulher rural, assentada de origem da luta pela Terra do MST, que criou o “Observatório da Natureza” no combate a fome e o levante de mulher nacional “Derruba Bolsonaro”, angariando 40mil assinaturas exclusivamente de mulheres.

Mulher de força e empatia, estendendo a mão, porque mesmo no isolamento dos nossos lares podemos contar com a companheira que mora ao lado ou a quilómetros de distância para um momento de acalento, o cuidado também é luta, nessas cirscunstâncias promove um encontro virtual, bar só para mulheres, chamado “Se Cair Levante”, “…nas nossas cozinhas, fortalecendo mulheres que estão passando momentos difíceis durante a pandemia”.

"Se você tem dinheiro, você morre envenenado.
Se não tem dinheiro, morre de fome.
O combate a fome só tem uma saída, a Natureza."