Bilionários ficam mais ricos na pandemia

Texto por: Núcleo Baixada Santista

A Pandemia intensificou as desigualdades e violências já existentes, mas nem todos sofreram com esse período. Para os bilionários esse cenário foi positivo. Pelos dados do banco Suíço UBS e da PwC, em 2020 os milionários passaram de 2158, em 2017, para 2189, em 2020. Os dados revelam que o patrimônio acumulado dessas pessoas, em junho de 2020, atingiu os US $10,2 trilhões, passando o último “recorde” de US $8,9 trilhões em 2017. Vale lembrar a fortuna de Jeff Bezos, que chegou aos US $200 bilhões.

Um elemento fundamental para esse processo de acumulação de capital foi o papel do Estado através do perdão de dívidas fiscais. Para além disso, essas fortunas são construídas em cima da exploração do trabalho e da miséria dos povos e dos seus territórios. A exemplo, o próprio Elon Musk admitiu que o golpe sofrido pelo presidente Evo Morales, na Bolívia, foi motivado pelo interesse do bilionário no lítio boliviano.

A exploração desenfreada da terra, dos territórios e seus recursos – usada para a manutenção do consumismo pregado pelo capitalismo e para a manutenção das grandes riquezas acumuladas na mão de poucas pessoas – tem sido responsável pela destruição da natureza e os consequentes efeitos disso, como a crise climática e até o surgimento de epidemias, que atingem com mais violência as populações vulnerabilizadas.

O porta-voz da Oxfam na França, Quentin Parinello, diz: “Nosso relatório mostra que os 25 bilionários mais ricos do mundo ficaram US $255 bilhões mais ricos durante a crise, e considerando apenas até meados de maio.” Ou seja, enquanto o povo adoece, morre e sofre com os efeitos nefastos do desemprego, uma pequena parcela, que já tem muito, fica cada vez mais rica.

Nesse período de pandemia também foram retirados direitos; houve aumento na exploração do trabalho; a boiada de Salles passou e continua tentando passar, entre outras formas de exploração que foram aplicadas enquanto o mundo agonizava sem oxigênio.

Desde Campos, Fábricas e Oficinas (1898) de Piotr Kropotkin, temos a noção que possuimos capacidade de produção de tudo que é necessário através das nossas próprias mãos. Nossa terra é fértil e através da relação de cuidado e troca com ela podemos obter o necessário para viver.

“Não se trata de conquistar o poder de Brasília — se o poder emana do povo, então é desde o povo que precisamos construí-lo, organizando o território e tomando de volta as terras.” - Teia dos Povos.