APRESENTAÇÃO DO FÓRUM POPULAR DA NATUREZA

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O avanço da crise ambiental tem produzido efeitos perceptíveis em todas as atividades humanas. A destruição das florestas, a poluição do ar, dos rios e dos mares, a desertificação, o aumento das desigualdades sociais, a elevação da temperatura média do planeta como efeito da concentração cada vez maior dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) rompe o equilíbrio que permitiu o desenvolvimento da vida nos padrões que conhecemos que é perceptível, inclusive, com a perda de biodiversidade. A utilização em larga escala dos combustíveis fósseis associada ao modelo de desenvolvimento que concebe a natureza como commodity levou o planeta a um impasse: ou transformamos o ritmo e o modelo de produção ou sucumbimos. No Brasil, o governo federal optou pela catástrofe. Submisso ao agronegócio, Bolsonaro declarou guerra à legislação ambiental, diminuindo recursos e anulando multas. Esvaziou os conselhos e submeteu a agenda à mentalidade de curto prazo do latifúndio. Ameaçou sair do tímido Acordo de Paris, contesta a ciência, exonera servidores enquanto corta gastos na educação e em pesquisa. Abriu as portas para a destruição dos biomas e declarou guerra aos movimentos populares, aos sem-terra, indígenas e quilombolas, outros povos e populações tradicionais, protetores de nosso bem comum.

O Fórum Popular da Natureza (FPN), em permanente processo de construção, tem por objetivo constituir um espaço de articulação onde organizações, movimentos e pessoas possam consolidar, de forma democrática e horizontal um amplo movimento de resistência à destruição planetária e, ao mesmo tempo construir alternativas econômicas, sociais e culturais ao modelo produtivista dominante. Para isso, diversos atores se reuniram a fim de construir o Fórum Popular da Natureza, com lançamento on line em junho de 2020, com o objetivo de consensuar uma agenda de lutas comuns e compromissos assumidos pela sociedade civil que promovam a redução da emissão de gases do efeito estufa (GEEs), maior integração comunitária, alternativas ecológicas e socialmente justas de economia, e assim por diante.

Grupos e indivíduos ligados aos movimentos sociais e populares, organizações da sociedade civil, entidades sindicais e de classe, cientistas, ecologistas, pesquisadores, coletivos ambientais, mulheres, jovens, LGBTQ+, partidos políticos, comunidades religiosas e muitos daqueles comprometidos com a luta pelo mantenimento da vida fazem parte desta construção. Cientes de que as soluções não serão construídas de cima para baixo, tampouco de modo isolados, seria de grande valia seu apoio e parceria conosco.

Este Fórum nasce graças a pessoas e organizações que se opõe ao modelo de desenvolvimento e progresso submissos ao agronegócio, que defendem retrocessos nas leis ambientais, aniquilam o modo e vida dos povos originários e comunidades tradicionais e que declaram guerras contra a democracia e soberania dos povos. Tal modelo constrói o caminho catastrófico e avanço do colapso da natureza, produzindo efeitos perceptíveis e mortais em todas as atividades humanas, como a poluição do ar, dos rios e dos mares, a desertificação, enchentes, falta d’água, doenças causadas por agrotóxicos, aumento das desigualdades sociais, elevação da temperatura como efeito da concentração cada vez maior dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) e da destruição de florestas, dentre tantas outras práticas que deflagram na perda dos direitos conquistados sejam eles da sociedade civil política e não-política.

Compreendendo que ações propositivas são tão importantes quanto a resistência, foi criada uma agenda de atividades do FPN: confira!