A importância da agroecologia urbana

Por Núcleo Baixada Santista

Os problemas na cidade são multifatoriais e suas origens sabem, seja pelo êxodo rural causado pela acumulação de terras, seja pela maior oferta de empregos nas áreas litorâneas ou segregação sócio espacial e racial que historicamente constituem os meios urbanos, a população periférica e negra vive em territórios com pouca infraestrutura, sem planejamento servindo como "depósito dos rejeitados”, áreas
impactadas e sem saneamento básico.
Em meios de tantos problemas
urbanos, a insegurança alimentar assume sua forma mais aguda neste
período de crise econômica-sanitária.
Nesse contexto, a agroecologia torna-se uma ferramenta que podemos aplicar a agricultura ecológica em áreas urbanas, promovendo soberania alimentar, democracia direta e praticas de auto-gestão comunitária.

O autor Murray Bookchin afirma que formação de horta na comunidade pode se desdobrar em várias iniciativas formando força comunitária partindo do bairro e indo diferentes esferas. Trabalhando com o povo e suas necessidades materiais seja de alimento e de saúde, fazendo com que a comunidade tenha consciência de seu território e cultive as soluções de seus próprios problemas. Sendo necessário qualificação técnica e adequações tanto no território ex: Área de mangue aterrado, uma área de depósito de resíduos ou um morro cada
local precisa de um método específico. Podendo se adequar às necessidades culturais da comunidade.

O trabalho da agricultura urbana pode ser vinculado a um trabalho de gestão de resíduos, como composteiras utilizando resíduos orgânicos, para formação de adubo e os resíduos secos podem ser utilizados em canteiros ou outra estrutura. Podemos aplicar uma SAF (sistema agroflorestal) contribuindo com os frutos e o microclima da comunidade, promovendo uma restauração do bioma e da própria comunidade. Agroecologia urbana é fundamental em nossos tempos.

Agroecologia urbana uma ferramenta de ação direta.

A agroecologia urbana é aplicação da agricultura ecológica no meio urbano, pode ser aplicada para que os oprimidos possam se vincular ao
seu território e conquistar autonomia, assim como afirmava Errico Malatesta sobre o exercício revolucionário.

O Estado tem a função de garantir a vulnerabilidade social, em grande
parcela da população que vive em áreas urbanas como na baixada
santista. De quilombo dos Palmares a Ecologia Social de Murray Bookchin mostra a nós que a soberania alimentar é pauta central dos movimentos que buscam avanços em se apropriarem de seu território.

Para além da produção de comida, nesses espaços podem ser criados
vínculos comunitários e de apoio mútuo, assim como práticas de
liberdade e ação direta. Se uma comunidade pode criar uma horta,
porque não um centro cultural? Pode-se trabalhar a paisagem do bairro,
cooperativas de produção e depois perguntamos a nós mesmos: Porque
dependemos de um Estado genocida e do Capital explorador?. Se fertiliza o desejo e o imaginário de um mundo novo.

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